04 julho 2012

Gabriela e as piriguetes

Dia desses entrei em um site para ver meu e-mail e me deparo com uma charge sobre a novela "Gabriela", da obra "Gabriela, Cravo e Canela" de Jorge Amado.

Lendo abaixo da charge os diversos comentários de desprezo e ódio, inclusive em relação à atriz, não pude evitar de ficar um pouco decepcionada com as pessoas. De novo.

Juliana Paes é "Gabriela". Fonte: Weheartit

Falando que a novela é "putaria" e coisas do gênero, comecei a pensar em como as pessoas são hipócritas. Ou pelo menos, como são crentes na Teoria da Relatividade de Einstein. Não consigo imaginar o motivo que leva pessoas a darem audiência para um programa que usa mulheres como bonecos de teste, como o Pânico, mas acharem errado mostrar insinuações de sexo - no devido horário - entre um casal apaixonado.

É engraçado como ninguém acha feio quando temos na televisão e em qualquer outro lugar mulheres usadas como objeto a ponto de elas mesmas se chamarem de "mulher fruta". Perdem completamente sua identidade: seu nome, sua personalidade, sua naturalidade... tudo para conseguirem chamar a atenção para o seu corpo. Porque??? E nem vou começar a falar sobre as mulheres em propagandas de cerveja que já duram anos. Ridículo!

Aconteceu também no Brasil há algum tempo atrás a "Marcha das Vadias", que tem um proposito inicial que eu entendo e apoio: mulheres que querem liberdade para se vestir e se portar como quiserem, sem serem vitimas de homens e ainda acusadas de terem provocado situações de assedio. Porém, vi muitas imagens de mulheres que não devem ter entendido o recado. Mulheres que quiseram mostrar mais o seu corpo para se promover do que seus ideais. É até irônico querer pedir respeito quando elas mesmas não se respeitam. Acho que entenderam errado ou levaram o nome da marcha muito a sério.

De qualquer maneira, eu gosto de assistir "Gabriela". Acho muito interessante ver como as coisas aconteciam no passado, principalmente os vários tipos de mulheres: sensuais, românticas, submissas ou revolucionarias, de personalidade forte. De qualquer maneira, ver que de um mulherão com uma malicia até mesmo inocente fomos parar nas frutas e vadias, me da até um desanimo para o futuro.

Milena

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