17 março 2012

Não mate a língua portuguesa

Como toda pessoa da minha idade, eu passo muito tempo na frente do computador. Seja em redes sociais, seja lendo e-mails, seja lendo artigos e matérias, seja lendo sobre o tempo ou o novo corte de cabelo de alguém famoso, eu sempre me deparo com algo difícil de aceitar: os milhares de erros de escrita em comentários, atualizações de status e outros.

Não posso dizer que meu português é perfeito, até porque muitas vezes eu não tenho certeza quanto à concordâncias, acentuação, crase ou situações de "ç, s, ss", por exemplo. Mas temos ferramentas que auxiliam em caso de dúvida, como o Word ou o Google, onde basta jogar a palavra em questão e a versão correta irá aparecer na tela.

Porém, os erros que me deixam mais "aborrecida" - como diria a minha avó - são aqueles propositais. Repito: não sou perfeita quanto a isso, já tive minha fase pré-adolescente onde o uso do "x" teve seu auge (ninguém lembra da fase "miguxa"?), mas alguém tem que dar um basta à situação! O que eu vejo hoje, além do uso excessivo de símbolos é a colocação de letras repetidas nas palavras. Você pode não ter percebido, mas com certeza já leu algo do tipo "eeuu goosttoo dee vooccee". Nossa língua já é complicada o suficiente, não precisamos deixá-la completamente sem nexo.

Quem foi que começou com essa história de que escrever errado é bonito? E qual o motivo de estudamos tantos anos de português na escola se quando viramos "aborrecentes" é bonito ser desprovido de qualquer conhecimento do próprio idioma? Eu não sei vocês, mas eu fico completamente envergonhada com situações assim. A chamada "vergonha alheia". E o pior: sempre vão culpar os professores, ou a adolescência, ou os amigos, ou...

Morando agora em outro país e aprendendo o idioma local, eu posso perceber que a maneira como eu aprendo as palavras é exatamente a maneira como elas são escritas por todos: jovens, adultos e crianças. É também como são pronunciadas. Ninguém aqui acha feio pronunciar o "s" do plural nas palavras. Eles acham normal ... eu também!

O pensamento de algumas pessoas é: "se eu falar ou/e escrever corretamente, vão dizer que 'estou me achando'", quando o pensamento deveria ser: "se eu falar ou/e escrever errado, vão dizer que eu sou ignorante" ou "se eu falar ou/e escrever corretamente, estarei respeitando meu idioma".

Eu sei, é difícil. Não é preciso se tornar um professor Sérgio Nogueira do dia para a noite, mas, por favor, desista da ideia de que estar errado é bonito. Pior do que estar errado é não tentar corrigir o erro.

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